A transformação digital, que já estava no foco muitas empresas nos últimos anos, acelerou em 2020. Por uma simples questão de sobrevivência.
Nesse contexto, o mercado de TI assim como o de computação em nuvem (ou Cloud Computing) cresce continuamente a uma taxa incrível, especialmente durante a pandemia.
É verdade que muitos aplicativos do mercado hoje tanto para uso pessoal como empresarial como WhatsApp, GoogleDrive, Office365 e Salesforce estão disponíveis em nuvem. Muitos deles, inclusive, não tem a opção chamada “on-premisses”.
Mas será mesmo que é uma tendência que veio para ficar? Será mesmo que Cloud é a melhor ou única opção em todos os casos?
Detalhando a “Nuvem”
Nem toda a Cloud é igual. Podemos classificar os serviços em três categorias principais: IaaS (Infraestrutura como Serviço), PaaS (Plataforma como Serviço) e SaaS (Software como Serviço). Vamos primeiro detalhar cada um deles e logo depois analisar e comparar com as opções de On-Premisses e Aluguel
IaaS: Infraestrutura como Serviço
IaaS é como um aluguel de hardware na nuvem, principalmente servidores e storage. Esta opção é normalmente atrelada a serviços como datacenter, conectividade com provedores, serviços gerenciados, proteção contra ataques DDoS e outras opções avançados.
A bilhetagem é tipicamente por mês ou por hora, mas pode haver outras opções como por ano ou múltiplos anos. E alguns casos, com pagamento adiantado, você pode ter descontos interessantes.
O IaaS é especialmente indicando quando temos muita alteração de consumo de recursos de TI ao longo do tempo. Em vez de adquirir hardware para o pior caso e manter ele ocioso pelo resto do tempo, você adquire o hardware no momento que você precisa, devolvendo quando não precisar mais. Em alguns provedores com cobranças por hora isto é especialmente interessante.
Outra vantagem do IaaS é ninguém ter que se preocupar com a aquisição, recebimento e ativação do hardware, nem tão pouco onde ele vai ficar instalado, seja em datacenter próprio ou terceirizado.
Provedores de IaaS
Geralmente os provedores têm uma Interface para você montar, ligar, desligar e destruir as máquinas. Você pode escolher processadores, memória e discos individualmente ou por um menu de opções pré-configuradas. E você pode criar quantas máquinas quiser pelo tempo que precisar. Os principais fornecedores de IaaS são a Amazon com o serviço chamado AWS e a Microsoft com o Azure, mas a diversos outros.
Isto é possível porque, na verdade estra infraestrutura é virtualizada: quando você pressiona um botão para “criar um novo servidor”, na verdade um software de virtualização como VMware executa um script que cria uma máquina virtual e reserva um espaço em um grande storage, no datacenter que você preferir, oferecido em uma lista de localidades. As opções mais baratas são “OESTE DOS USA”, mas se você está preocupado com latência deveria escolher alguma cidade brasileira próxima. E isto vai aumentar um pouco o preço.
Tem mais um ponto bem importante: com IaaS, mesmo com um alívio de trabalho e flexibilização no hardware, você continua sendo responsável por instalar e manter aplicativos, bancos de dados e backup além das licenças associadas a estes softwares, da mesma forma que faria se os servidores em hardware fossem adquiridos diretamente por você.
PaaS: Plataforma como Serviço
Com PaaS temos todas as vantagens do IaaS, mas com itens adicionais. São muitas opções de componentes, disponíveis que você pode contratar também a um clique de mouse. Você pode escolher Sistemas Operacionais, Bancos de Dados, Ambientes para Hospedagem e uma série de componentes da mesma forma que escolhe a CPU, a Memória e o Storage do IaaS.
O cliente passa a se preocupar diretamente por menos componentes ficando, tipicamente, em desenvolvimento de aplicações.
A Bilhetagem aqui é parecida com IaaS: hardware mais as licenças de aluguel software que você utiliza, por hora, mês, ano, etc.
A vantagem é a facilidade e a velocidade de implantação da infraestrutura incluindo todo o software necessário para se começar a desenvolver, além da flexibilidade em se aumentar ou diminuir os recursos. Às vezes durante a fase do desenvolvimento da aplicações você pode precisar de um conjunto de aplicações diferente, então você pode contratar os recursos somente no momento que precisar, e devolver quando não precisar mais.
SaaS: Software como Serviço
O Software como Serviço (SaaS), também conhecido como serviços de aplicações em nuvem, é a opção mais comum de aplicativos em nuvem.
Quando você escolhe um SaaS como Salesforce você não precisa se preocupar com nada em infraestrutura ou Software. Normalmente basta um navegador, uma URL, um usuário e uma senha de administrador para acessar a aplicação em questão e começar a incluir dados, fazer pesquisas. Simples assim.
Neste caso todo o hardware, storage, segurança, performance, backup, enfim, toda a infra necessária fica totalmente gerenciada pelo provedor SaaS. Você geralmente paga por usuário por mês, ou por ano.
Variação de Preços
Nestes termos os preços variam muito mais conforme a qualidade e reputação do software do que com os recursos de hardware e software que ele utiliza então se este software oferecer múltiplas opções de implementação você deveria comparar caso a caso. Não existe uma solução única para dizer ser melhor como SaaS ou instalado no seu servidor.
Quanto as vantagens do SaaS podemos elencar redução do tempo e investimento em determinadas tarefas como instalação e atualização de software, maior disponibilidade da equipe técnica para focar em questões mais importantes
Para pequenas empresas é uma opção muito interessante, pois a economia de escala das infraestruturas oferecidas pelo SaaS permite entregar um acesso que utiliza pouquíssimos recursos de hardware, muitas vezes inferiores à aquisição de apenas um servidor.
Comparando Cloud IaaS com Aquisição de Hardware
Em alguns casos, como o hardware necessário para a infraestrutura de TI de uma empresa pequena ou média, sem grandes variações ao longo dos anos, a opção IaaS torna-se mais cara.
Vamos considerar como exemplo uma infra com 3 servidores com 128 GB de RAM e um Storage de 10TB. Para adquirir uma solução como esta, incluindo 3 anos de suporte on site Next Business Day, entre outros fatores, temos algo como R$ 150 mil.
Somente uma máquina D32a da Azure, com 128 GB de RAM e 4 TB de storage custa R$ 76 mil reais cada. Vezes 3 resulta em R$ 228 mil. 52% mais caro e você terá que “devolvê-las” depois de 3 anos.
Você pode argumentar que os níveis de serviço dos datacenters da Azure são melhores que um Data Centers próprio (Sem falar nos custos). Mas considerando que você pode estender a vida útil dos seus servidores adquiridos por 5 anos, incluindo mais 2 anos de suporte on site, o jogo fica R$ 160 mil contra R$ 380 mil. Com esta diferença uma pequena empresa pode implementar seu próprio Data Center e ainda sobrar troco.
Comparando Aquisição de Hardware com Aluguel/Leasing
Podemos aproveitar o mesmo exemplo acima para esta comparação. Temos, no entanto, que supor algumas premissas como, em 5 anos o hardware não é adequado sendo necessária a substituição obrigatoriamente (especialmente porque a partir dai não há cobertura de serviços de troca de hardware, fornecidos pelo fabricante).
Primeiro temos a conveniência de a empresa não ter que gerir ativos, apenas despesas.
Também temos os serviços associados ao aluguel que podem variar bastante nas ofertas e valores, mas que podem ser decisivos para uma melhor escolha conforme as necessidades da empresa.
Outra questão é o regime da empresa. Enquanto aquisição gera lançamentos nos dois lados do balanço, no leasing não há “ativação” do bem, ou seja, para empresas que geram lucro e pagam imposto de renda, o leasing gera um lucro contábil menor, que é desejável, pois vai gerar menos imposto a pagar. É como se fosse um desconto de 27% em favor do aluguel.